STJD APROVA “MARACUTAIA”
Qualquer brasileiro, desportista, que tenha conhecimento dos fatos ocorridos no Ceará, jogo Fortaleza x CRB, jamais imaginaria que um órgão judicante do futebol brasileiro viesse se posicionar favorável aos “entendimentos” ocorridos em campo entre as duas equipes. Fortaleza e CRB combinaram resultado para beneficiar o time alencarino, caso este não fosse o vencedor da partida por um placar acima de três gols de diferença.
Prejudicado no “acordo” do PV, em Fortaleza, o Campinense, fundamentado em provas visuais, recorreu ao STJD, que nada mais é do que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Ainda por cima recebeu total apoio do Guarani, também do Ceará, que acompanhou o processo como parte interessada, pois ocorrendo punições para as duas agremiações, sobraria vaga para o time cearense.
Já ouvimos e vimos que várias vezes – e não foram poucas – o STJD processou punições à jogadores por leitura labial ao dirigir palavrões ou criticas aos árbitros ou até mesmo companheiros de profissão. Será que só vale para punir atletas? O Campinense mostrou uma fita com gravação do atleta “acertando” detalhes do resultado. Mostrou também membro da comissão técnica do Fortaleza “batendo papo” com o goleiro do CRB.
O relator do processo reconheceu a “falcatrua” ao afirmar, no seu relatório, que “tem caroço debaixo desse angu”, entendendo que algo estava errado, que “tinha caroço no angu”. Mesmo assim decidiu em não dar provimento ao recurso do time paraibano e achar que nada de anormal houve durante o jogo. Tudo, pra ele, ocorreu dentro da normalidade. Afinal de contas o Ceará é um Estado de grande porte econômico no Nordeste e, em hipótese alguma, iria perder um confronto jurídico com a Paraíba. Forte é forte! O pequeno que se dane!.
Infelizmente nossa Entidade reguladora do futebol, a FPF, não visa interesses dos clubes, antes dos seus. Para ir de encontro às determinações, ideais, objetivos e negócios da CBF, jamais haverá confronto. Prevalecerá sempre o que vem lá de cima, da CBF. E o STJD não poderia ser diferente, pois tem suas afinidades, principalmente na hora de decisão quando se tem pela frente o poderio econômico e força política. Pobre da “Raposa”, que dentro de campo fez o seu papel sem dar bolas para “maracutaias”. Não se ligou, dançou! Volta à estaca-zero pra começar tudo de novo.
O STJD foi conivente com a “safadeza” praticada em campo por Fortaleza e CRB, comportamento este que ensejou a desclassificação do Campinense, clube que procurou fazer a coisa certa, acreditar na verdade e pensar que receberia proteção da sua Entidade controladora do futebol. Para não ficar feio demais o órgão judicante do futebol brasileiro multou o Fortaleza, puniu jogadores, etc. “Aparente” punição. Na verdade ninguém vai pagar nada e nenhum jogador deixará de jogar pelas “pseudas” punições. Só não entendo como multou clubes e jogadores se tudo estava dentro da legalidade. Se esteve tudo certo, legal, não se fazia necessário punir clube e atletas. “Tem caroço nesse angu”.
p/p Adamastor Chaves
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